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Reconhecendo gêneros textuais em sala de aula: uma experiência de ensino

Atualizado: 23 de abr. de 2022

Antes de chegarmos no tema deste post, imagine uma ave. Sério, imagina aí.


Na foto deste post, você pode admirar Lauriza Maurício, que foi minha professora de Literatura e, hoje, além de colega de profissão, é uma grande amiga. Das várias e lindas práticas pedagógicas que Lauriza realiza, quero compartilhar uma das que ela usa para abordar, em tempos normais, os padrões de recorrência de gêneros textuais em sala de aula, aqueles sobre os quais conversamos noutro post.

Como você identifica uma notícia?


Mas, antes, imaginou a ave que eu pedi?


Arrisco dizer que, considerando o conjunto de pessoas que leu até aqui, poucas pensaram em aves como o pinguim, o pato ou mesmo o avestruz. Isso porque temos uma tendência a pensarmos no exemplar mais “completo” de uma categoria.


Pinguim não voa, mas águia sim, assim como sabiá, beija-flor e urubu. Nós temos imagens mentais da “categoria ave” que são acionadas atendendo, entre outras coisas, à percepção de características recorrentes, comuns, como ter penas.


Tá, e o que isso tem a ver com a Lauriza?


Para iniciar o estudo de gêneros textuais em sala de aula, Lauriza aposta no conhecimento prévio dos estudantes, colocando-os em contato com vários textos e pedindo para que, em grupos, eles separem esses textos como acharem melhor. Os grupos, quase invariavelmente, separam os exemplares por semelhança, notando quais são as características comuns e tirando dúvidas sobre aqueles que parecem “diferentões”, como uma receita culinária que só tem o modo de preparo, mas não indica os ingredientes.


Para deixar a atividade ainda mais lúdica, Lauriza produziu baús de papelão em que leva notícias, receitas culinárias, bulas de remédio, poemas, panfletos e outros gêneros. Além do baú, acompanham a atividade, ainda, tapetes e almofadinhas que deixam tudo mais colorido.


Assim, a professora faz o caminho inverso ao que fiz aqui: em vez de pedir que os estudantes pensem num exemplar de uma categoria, como ave, ela apresenta vários animais e pede para que eles sejam categorizados, deixando a ideia de recorrência mais prática. Sempre gostei dessa atividade que Lauriza faz e, recentemente, no meio de tantas aulas remotas ou híbridas, gosto sempre de lembrar dela e de outras atividades que já compartilhei aqui como um exercício de esperança. O tempo pede.


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