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Como começar um texto dissertativo-argumentativo?

  1. Leia a frase temática da proposta de redação;

  2. Leia e analise os textos de apoio/motivadores (qual é a ideia principal desse texto? Que contribuição ele traz para o recorte do tema?)

  3. Volte à frase temática e grife as palavras-chave, aquelas que são essenciais para resumir o tema proposto;

  4. Enumere sinônimos para as palavras-chave da frase temática, a fim de evitar sua repetição, já que essas serão as palavras que mais estarão presentes em sua redação;

  5. Enumere possíveis teses/problemas para o tema proposto (o que penso sobre isso? O que posso dizer/defender dentro desse tema?);

  6. Enumere repertórios socioculturais para o máximo de teses que você elencou (citações, dados, filmes, séries, músicas, livros, novelas etc.);

  7. Escolha duas teses e um repertório para cada uma, atentando-se para a melhor sequência que elas podem ter no texto, de modo a apresentar progressão, sequência;

  8. Construa a introdução do seu texto e siga a estrutura recomendada.

Estrutura recomendada

Não existe apenas uma forma de escrever um texto dissertativo-argumentativo e é por isso que a "estrutura", aqui, é recomendada, não remetendo a uma fórmula fixa e obrigatória. A leitura atenta de redações que já foram pontuadas com a nota máxima no Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) mostra que, embora não exista fórmula mágica, existe, sim, uma recorrência na ordem de informações e estratégias textuais.

Na "lousa" abaixo, você pode ver o mapa mental que descreve essa ordem recomendada e, na redação mais abaixo, você pode ver como essas informações aparecem no próprio texto. 

Mapa mental da estrutura recomenda escrito em lousa (parte 1)
Mapa mental da estrutura recomenda escrito em lousa (parte 2)

"Invisibilidade e registro civil: garantia de acesso à cidadania no Brasil", por Marina Rocha

De acordo com o artigo 3 da Constituição de 1988, um dos objetivos da República Federativa do Brasil é o combate à desigualdade social. Contudo, percebe-se que a concretização dessa meta ainda é um ideal distante, visto que aproximadamente 3 milhões de brasileiros não possuem registro civil, fato que os impede de votar, estudar, trabalhar e de se inserir em qualquer prática cidadã. Escancara-se, desse modo, a desigualdade: enquanto a parcela que possui documentação adequada acessa seus direitos básicos, aqueles que não são registrados são invisíveis perante a nação. Diante disso, a insuficiência de ações governamentais e de debates sobre o tema podem explicar esse cenário.

A princípio, destaca-se a dimensão política dessa discussão. Segundo o filósofo francês, Rosseau, as leis existem para encaminhar a justiça ao seu objetivo. No entanto, essa premissa se distancia da prática brasileira, pois a lei de 1997, que determinou a gratuidade do registro de nascimento, não conseguiu concretizar o justo acesso à documentação. Isso ocorre pois não se trata essencialmente de uma questão financeira, mas sim de um entrave político: não basta que a retirada do documento não seja paga, é preciso que seja oferecida de forma acessível. Nesse sentido, diante da ausência de medidas que criem ações populares para levar essa oportunidade à parcela invisível da população, o cenário tende a permanecer o mesmo. Como resultado disso, afastamo-nos do ideal de justiça proposto por Rosseau, uma vez que as leis existentes são ineficazes para garantir o combate à subcidadania.

Além disso, nota-se que há fatores culturais que corroboram esse contexto. Embora proposta pela Carta Magna de 1988, em seu artigo 3, a “construção de uma sociedade livre, justa e solidária” é afastada pela passividade diante da falta de democratização da documentação civil. De um lado, há aqueles diretamente atingidos por esse drama e que, sem acesso a informações sobre como e onde retirar seus documentos, mantêm-se alheios à discussão e à sua resolução, dando continuidade, inclusive, ao que é, muitas vezes, uma prática comum em suas famílias há gerações. De outro, as pessoas devidamente registradas, de modo geral, sequer percebem a existência do problema, pois são poucos os debates sobre a legião de brasileiros invisíveis, aos quais qualquer tipo de direito é negado. Com isso, liberdade, justiça e solidariedade são metas cada vez mais distantes.

Torna-se evidente, portanto, que a situação é grave e deve ser alterada. Para isso, é urgente que o Estado (1) – haja vista sua função principal de visar ao bem coletivo (2) – priorize a emissão do registro civil daqueles que ainda não o possuem (3). Isso pode ocorrer por meio de ações comunitárias que aconteceriam em espaços (4), como praças e colégios (2), em parceria com prefeituras, a fim de tornar acessível a retirada da documentação e, com isso, o exercício da cidadania (5). Ademais, a mídia (1) deve estimular o debate consciente sobre o tema (3), para sensibilizar e informar a população (5). Somente assim, a invisibilidade de diversos brasileiros deixará de ser uma realidade e o combate à desigualdade finalmente será adequado, concretizando o ideal da Constituição nacional.

Contextualização do tema, por meio de repertório de abertura e palavras-chave da frase temática, sublinhadas

Indicação da tese que será defendida ao longo do texto: a insuficiência de ações governamentais e de debates sobre o tema.

Conectivo interparágrafo de início

Tópico frasal: observe como essa frase retoma a parte da tese que será desenvolvida, resumindo a ideia central do parágrafo

Repertório sociocultural

Aqui, note que a autora faz um comentário crítico a partir do repertório usado, associando-o à tese do parágrafo, interpretando-o..

Repertório sociocultural

Conectivo interparágrafo de

acréscimo

Repertório sociocultural

Aqui, note que a autora faz um comentário crítico a partir do repertório usado, associando-o à tese do parágrafo, interpretando-o..

Conectivo interparágrafo de início

Elaboração da proposta de intervenção com indicação de agente (1), detalhamento (2), ação (3), modo/meio (4) e efeito/finalidade (5). Observe que a autora indica duas ações, já que pensou em dois problemas (insuficiência de ações governamentais e de debates), mas só uma precisa ser completa, com os 5 elementos.

Apesar de brevemente, aqui a autora faz uma retomada da tese, com "a situação é grave" e anuncia a intervenção: "e deve ser alterada".

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