Pode parecer estranho pensar no “pop” como movimento artístico, especialmente quando vivemos um período de forte polarização política e ideológica, o que alimenta uma batalha de narrativas com discussões do tipo “meu gosto é mais válido do que o seu”.
Fato é que a arte tem sido um instrumento de registro do tempo e das mudanças sociais desde que o mundo é mundo e o pop, por mais controverso que seja (ou também por isso), tem contribuído cada vez mais para refletirmos sobre o presente, observarmos o que aconteceu no passado e especularmos sobre o futuro. Basta pensar nas diferenças entre o pop de hoje e o da década de 1990.
Recentemente, o pop, especialmente o internacional, tem se voltado, na dimensão social, para a crise climática, as lutas antirracistas e a diversidade. Na dimensão subjetiva, os artistas têm explorado traumas e descobertas pessoais.
Demi Lovato, cuja carreira musical começou em 2008, lançou o álbum “Dancing with the Devil… The Art of Starting Over“, o 7º de estúdio, no começo de 2021, depois de um hiato. O novo trabalho, embora explore muito da trajetória íntima da cantora, permite reflexões cada vez mais importantes, em um contexto de “hiperconectividade”.
Qual é o tema?
Dentre os temas pessoais que Demi Lovato traz à tona no novo álbum, é possível destacar e ampliar, sem juízos de valor e para fins de produção textual:
os efeitos da dependência química;
os limites entre vida pública e vida privada;
a importância de políticas públicas para reabilitação de dependentes químicos;
os efeitos da hiperconectividade na saúde mental.
Parágrafo exemplar
Tema: A importância de políticas públicas para a reabilitação de dependentes químicos.
Considerando tal cenário de agravamento dos índices de dependência química, é preciso que o Estado fortaleça não só medidas preventivas, mas também políticas de amparo aos dependentes. Essa importância fica ainda mais evidente quando observam-se relatos públicos de superação do vício, como o da cantora Demi Lovato que, no álbum “Dancing with the devil”, compartilhou os desafios que enfrentou para se recuperar de sua compulsão. Analogamente, é possível promover mais casos de recuperação, na realidade brasileira, com o devido investimento em políticas públicas de reabilitação alinhadas às diretrizes dos principais órgãos de saúde do país.
Bônus
Além do novo álbum da Demi Lovato, dois outros repertórios para o tema de “políticas públicas para a reabilitação de dependentes químicos” são:
O 3° Levantamento Nacional sobre o Uso de Drogas pela População Brasileira, que foi coordenado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e contou com a parceria de várias outras instituições, como o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Instituto Nacional de Câncer (Inca) e a Universidade de Princeton, nos EUA. A pesquisa traz dados importantes não só de substâncias químicas mais “viciantes”, como também a percepção das pessoas de que substâncias seriam mais perigosas. Para ler, clique aqui.
O segundo repertório é uma matéria da revista Veja cujo título é “O consumo de drogas explode na quarentena”. Para a revista, esse aumento “trata-se de um reflexo do medo de adoecer, do desespero com a perda de renda e das incertezas sobre o futuro”. Vale a pena clicar aqui e ver os dados estatísticos apontados pela publicação.
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