Criada por Jim Mickle para a Netflix e lançada em 4 de junho de 2021, a série Sweet Tooth é uma adaptação da história em quadrinhos de mesmo nome, criada por Jeff Lemire.
Apesar de contar com a presença de Lemire em sua produção, a versão da Netflix é bem menos sombria do que a HQ, explorando um tom mais solar e esperançoso e expandindo a narrativa em pontos cruciais para a empatia do público.
Que história a série conta?
Pra variar, o enredo é pós-apocalíptico e a coincidência de dois eventos: o desastre causado na humanidade por uma doença transmissível, o flagelo, e o nascimento de crianças híbridas de humanos e animais, como o Gus, o menino-cervo que é protagonista.
Embora não haja relação direta entre os dois acontecimentos comprovada, os híbridos são apontados, por muitos dos humanos sobreviventes, como causadores do flagelo. Perseguidos e violentados, os híbridos são uma grande metáfora para grupos sociais “minorizados” e discriminados. No contexto atual, a série ainda permite reflexões dolorosas sobre a relação da humanidade com a ciência e com as informações falsas.
Parágrafo exemplar
Tema: Os efeitos do negacionismo na elaboração de políticas públicas brasileiras.
Sob esse viés, é fundamental não subestimarmos os efeitos do negacionismo, enquanto fenômeno social contemporâneo, em intervenções do Estado. A indústria cinematográfica, por exemplo, aborda as consequências de decisões políticas tomadas sem fundamentação científica há bastante tempo. Em 2021, nesse sentido, é possível citar a série “Sweet Tooth” como um produto cultural cujo enredo associa a negação do método científico com medidas públicas que resultam em discriminação, violência e atentados à liberdade individual. Fora da ficção, o Brasil experimenta contexto igualmente preocupante, especialmente considerando o cenário pandêmico causado pela covid-19.
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